Hoje
comemoramos o dia de São Miguel Arcanjo. A devoção à esse Príncipe da Igreja é
uma das mais antigas devoções da história. Quando um cristão falece, a Igreja
pede na missa de réquiem que São Miguel o introduza na Luz Celeste, daí o
hábito de representa-lo segurando uma balança em que pesa as almas. Não é uma
balança simbolizando a justiça dos homens, mas sim a Justiça de Deus.
Durante muitos anos no dia 29 de setembro comemoramos a festa de São Miguel Arcanjo, porém foi somente no mês de abril de 1961, com a reforma do Concilio Vaticano II, é que foi acrescentado a comemoração também de São Gabriel Arcanjo e de São Rafael Arcanjo.
São Gabriel – que quer dizer Deus Forte ou Poder de Deus - apareceu para o sacerdote Zacarias (pai de são João Batista – Evangelho de São Lucas, 1:19) e posteriormente apareceu para Nossa Senhora para anunciar o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (Evangelho de São Lucas, 1:26-27).
São Rafael – que quer dizer Deus Cura – Apareceu no Antigo Testamento para Abraão, antes da destruição de Sodoma e Gomorra e depois apareceu para Tobias para ajuda-lo, dizendo: (Livro de Tobias, 12:15) “Eu sou o Anjo Rafael, um dos sete que assistimos na presença do Senhor”.
São Miguel Arcanjo – que quer dizer Quem como Deus, desde o inicio da criação aparece como defensor de Deus. São Basílio e outros padres gregos, colocam São Miguel acima de todos os Anjos; dizem que ele é chamado de Arcanjo por ser o Príncipe dos Anjos. Segundo São Tomas de Aquino (Summa Teologica I 113,3) também o chama de Príncipe.
MAS PORQUE SE COMEMORA NO DIA 29 DE SETEMBRO?
Para
explicar isso temos que voltar ao inicio da Idade Média, aproximadamente pelos
anos 490, quando São Miguel Arcanjo apareceu pela primeira vez na história da
Igreja, na região da Puglia – Itália, no Monte Gargano.
Nesse lugar havia um senhor muito rico, também chamado Gargano, que tinha rebanho e terras. Num dia ele estava com o rebanho, e um de seus touros não voltou para o curral. Então o Sr. Gargano juntou alguns de seus empregados e foram procurar o touro encontrando-o enfrente a uma gruta. Quando se aproximaram viram o touro entrar na gruta. Para poder o levar, o Sr. Gargano resolveu dar uma flechada envenenada para dentro da gruta. Porém a flecha entrou e saiu da gruta sem ferir o animal atingindo o próprio Sr. Gargano.
Incomodado com a situação relatou o ocorrido ao Bispo local, São Lourenço Majorano. Este percebendo algo de extraordinário no local, ordenou que se fizesse três dias de oração e jejum. No final desses dias, São Miguel Arcanjo apareceu ao Bispo e disse-lhe:
"Você fez bem de pedir a Deus quanto àquilo que estava escondido dos homens. Um milagre atingiu um homem com a sua própria flecha para que ficasse claro que tudo aconteceu por minha vontade. Eu sou o Arcanjo Miguel e estou sempre na presença de Deus. A gruta é sagrada para mim. E eu decidi proteger esse lugar e seus habitantes, quero provar que eu sou o patrono e guardião desse lugar e de tudo o que ali acontece. Lá onde a rocha se abre os pecados de todos os homens podem ser perdoados. Aquilo que for ali for pedido em oração será atendido. Vai, por isso, sobre a montanha e dedica a gruta ao culto cristão".Note-se
que estávamos no início da Idade Média, e na Itália havia ainda bárbaros que
estavam naquela região, sem contar que o lugar era bem inacessível. Por isso o
Bispo ficou um pouco temeroso de ir ao local.
Dois
anos após a primeira aparição, o Arcanjo aparece mais duas vezes ao Bispo, numa
época de invasões dos bárbaros.
Diante
da situação, o Santo Bispo subiu ao Monte para pedir a proteção a São Miguel. O
povo o acompanhou e rezavam.
Grande
Milagre: Na aurora do dia 29 de setembro do ano 492, estando o Bispo em oração,
apareceu-lhe São Miguel, prometendo-lhe a vitória, mas dando ordens para que
não se atacasse o inimigo antes das quatro horas da tarde, a fim de que o sol
fosse testemunha do seu poder.
O
céu estava sereno. Mas eis que se ouviu um grande trovão e uma nuvem espessa
cobriu o Monte Gargano.
Desta
nuvem desprendeu-se flechas inflamáveis e fez-se compreender então que a
tempestade fustigava os bárbaros que, apavorados, fugiram em debandada.
O
Bispo com o povo subiram à gruta do Arcanjo e todos viram, à entrada, os traços
dos pés de um homem, gravados na rocha, indicando a presença de São Miguel. Com
lágrimas nos olhos, todos beijaram comovidos estes traços, que eram testemunhas
da presença do Arcanjo que os defendera.
A terceira aparição de São Miguel deu-se deste modo:
No
dia 8 de maio de 493, São Lourenço, o Bispo de Siponto foi com o povo ao Monte
Gargano, à entrada da gruta, para agradecer a Deus, a aparição de São Miguel.
Tinha um grande desejo de lá entrar para celebrar a Santa Missa, mas por
respeito não entrou.
Como
o Papa Gelásio se encontrava numa localidade perto, o Bispo enviou um pedido
para que aquela gruta se transformasse num santuário. O Santo Padre disse que
se devia escolher o dia 29 de setembro, dia da vitória sobre os bárbaros, para
se dedicar a igreja localizada na gruta, fazendo dela um templo em honra a São
Miguel e aos anjos.
Recomendou
que se fizessem preces públicas para reconhecer a vontade do Arcanjo. Estas
preces foram ouvidas e São Miguel apareceu pela terceira vez ao Bispo São
Lourenço e disse:
“Cessa
de pensar mais, decide-te a consagrar a minha gruta que eu escolhi para meu
domínio e que consagrei com os meus anjos; tu verás os sinais ardentes desta
consagração, a saber: a minha imagem colocada por mim, o altar edificado pelos
anjos, meu manto e minha cruz. Esta noite, tu e mais sete bispos, entrareis na
minha gruta para aí rezardes com a minha assistência. Amanhã celebrarás a Santa
Missa e comungarás com o povo. Haveis de ver quantas bênçãos espalharei neste
tempo.”
Tudo se fez como São Miguel recomendou. Penetrando na gruta, viram a imagem milagrosa de São Miguel lutando contra lúcifer, o altar armado com uma Cruz de cristal com cinco palmos, um manto cor púrpura, símbolo do amor de Deus e no fundo uma fonte milagrosa. O Bispo celebrou a Missa, deu a Sagrada Comunhão ao povo. Em seguida mais três altares foram consagrados na gruta.
O Papa mandou então que este fato passasse a ser celebrado na Igreja em todo o mundo no dia 29 de setembro de cada ano. A Basílica de São Miguel no Monte Gargano é a única no mundo que ele próprio e os seus Anjos consagraram. Neste local se realizam muitas conversões e curas do corpo e da alma. A assistência religiosa está atualmente confiada aos filhos de São Bento, os monges beneditinos.
Alguns muitos séculos depois, pelo ano de 1656, toda a Itália estava enfrentando as dificuldades da epidemia de peste. O Arcebispo Afonso Puccilnelli, não sabendo mais o que fazer, resolveu recorrer ao auxílio do Arcanjo Miguel com orações e jejuns. Para forçar ainda mais a ação de Deus em favor de seu povo, ele colocou nas mãos da imagem de São Miguel uma oração escrita em nome de toda a cidade. Na madrugada do dia 22 de setembro, enquanto rezava no Palácio Episcopal, sentiu como um terremoto e em seguida o Arcanjo apareceu para ele em um grande esplendor deslumbrante e lhe ordenou de abençoar as pedras da Gruta Sagrada e colocar nelas as iniciais M.A. (Miguel Arcanjo). Qualquer pessoa que tivesse junto a si, com devoção, aquelas pedras, ficaria imune da peste. O bispo obedeceu e fez o que São Miguel tinha orientado. Dali em diante, não só a cidade foi libertada da peste, mas todos aqueles que tinham a pedra consigo, independente do lugar onde estavam também ficavam livres da doença.Fontes
principais: Canção Nova e Maria Teresa R. Rosa
Excelente! S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael Arcanjos, protegei o nosso Brasil! Eliselma, São Paulo, capital
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