É inegável que estamos mergulhados numa crise muito
profunda, inclusive a Santa Igreja se encontra nessa crise. Não é difícil observar
que houve relaxamento dos costumes e novas modas foram introduzidas na Igreja.
O Papa São João Paulo II, disse que a Igreja se encontra
em tão profunda crise que é preciso ter a fé dos primeiros cristãos.
Mas anteriormente o Papa Paulo VI já havia se
pronunciado a respeito da crise na Igreja: “Por alguma fissura, a fumaça de
Satanás penetrou até no tempo de Deus.”
Como isso poderia ter ocorrido?
O padre Domingo Pechenino, no livro “Ephemerides
Liturgicae”, num. 69 (1955) pp.58-59, narra o seguinte:
Aos 13 dias de outubro do ano de 1884 o Papa Leao XIII,
depois de assistir a Missa, estava fazendo a ação de graças, como era seu
costume. De súbito foi visto erguer energicamente a cabeça, olhando com uma
expressão de terror e assombro que chegou a fazê-lo mudar de cor. Algo de
estranho se desenhava ante seus olhos. Por fim, como voltando a si, ele se
levanta e encaminha-se para o gabinete. Os presentes o acompanham ansiosos.
-
"Santo Padre, não está se sentindo bem? Precisa de alguma coisa?"-
lhe indagaram.
- "Não,
nada!"
Fecha a porta por
dentro. Meia hora depois., manda vir o secretário da congregação dos Ritos e
lhe entrega uma folha, pedindo-lhe que a mande imprimir e a faça chegar aos
bispos do mundo inteiro. O que conteria aquela folha? Uma oração para ser
recitada no fim da Missa. Dizia:
"São
Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, cobri-nos com vosso escudo contra
os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos, e
Vós, Príncipe da Milícia Celeste, pelo Divino Poder, precipitai no inferno a
Satanás e os outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as
almas. Amém."
Mais
tarde, o próprio Papa contaria como tudo aconteceu: "Durante a Missa tivera
uma visão na qual ouvia a voz profunda e gutural de Satanás, jactando-se diante
de Deus:
- Eu posso destruir a Igreja e arrastar a humanidade toda para o inferno. Mas
para isto preciso de mais tempo e mais poder.
- Quanto tempo e quanto poder? - perguntou-lhe uma voz doce.
A voz gutural
redargüiu:
- De 75 a 100
anos, e mais poder sobre os que se põem ao meu serviço.
- Pois tens esse
tempo! - Replicou a voz suave.
Quatro anos
depois, Leão XIII parecia ter ainda viva diante dos olhos esta cena, quando
escrevia, em seu motu próprio de 23 de setembro de 1888:
"Satanás
vagueia pela terra...e com seu sopro pestilento de impureza e dos vícios mais
infames, lança o veneno da sua perfídia, como um rio de lama sobre a
humanidade."
Sua preocupação
com o espírito do mal volta a manifestar-se de tanto em tanto:
"Uma das
maiores necessidades da Igreja á a defesa contra o demônio - realidade
terrível, misteriosa, assombrosa, o tentador por excelência, o inimigo oculto
que semeia erros e desgraças na história humana...Com o demônio, o mal deixa a
ser mera deficiência, para se transformar em eficiência, num ser vivo,
espiritual, pervertido e pervertedor."
A Oração a São Miguel Arcanjo, prescrita pelo Papa, continuou sendo rezada durante o resto do século XX, até 26 de setembro de 1964 (Concilio Vaticano II), quando a constituição conciliar sobre a liturgia decretou: "Não se dirão mais as orações leoninas depois da Missa". E foi justamente depois de suprimirem essas orações - comenta Cámpora - que "a fumaça de Satanás entrou na Igreja por todas as frestas", desencadeando a vertigem, o aturdimento, a aberração.
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